sábado, 20 de novembro de 2010

" De qualquer modo, tendo o gene ou não, se a pessoa está acima do peso deve comer menos e se exercitar mais. Sem desculpas." Mark Mccarthy, geneticista.

Nunca estivemos tão preocupados com a boa forma e a qualidade de vida quanto hoje. Porém, na era do fast-food, esta conquista está se tornando cada vez mais difícil. O número de obesos no mundo cresceu radicalmente: A Organização Mundial de Saúde (OMS) registra mais de um bilhão de adultos com excesso de peso e cerca de 300 milhões com obesidade clínica, números três vezes maiores do que aqueles registrados 25 anos atrás. Não devemos nos referir a obesidade somente no sentido estético, fora dos padrões de beleza aceitos pela sociedade. Devemos encarar como uma doença com um certo grau de mortalidade, que está se tornando uma epidemia em todo o mundo.
Mas não são somente os fatores externos, como o excesso de comida e a falta de exercícios, que influenciam no ganho de peso, os fatores internos também. A pré-disposição genética e a composição corpórea de algumas pessoas tornam mais fácil ou mais difícil emagrecer. Para ajudar a entender a entender a diferença entre a obesidade ambiental e a obesidade genética, e o porque da segunda ser mais complicada em termos de tratamento, podemos comparar algumas características básicas:
     Obesidade Ambiental:
     1º - Poucos ou nenhum caso de obesidade na família
     2º - Bons resultados em tentativas anteriores de emagrecimento
     3º - Início mais tardio do problema.
     Obesidade Genética:
     1º - Outros casos de obesidade na família
     2º - Maus resultados em tentativas anteriores de emagrecimento
     3º - Início precoce do problema.
            Quando colocamos nesta perspectiva, podemos perceber que essa comparação é boa em termos de tratamento. Um indivíduo com obesidade ambiental, ao utilizar um remédio para emagrecer, poderá obter sucesso mesmo após a interrupção do tratamento. Já um indivíduo com obesidade genética, ao fazer o mesmo tratamento com o mesmo remédio, terá uma chance maior de voltar a ganhar peso caso pare o tratamento.
Para comparar a influência dos fatores ambientais aos fatores genéticos na questão da obesidade, um estudo realizado por Stunkard e col. na Dinamarca, comparou gêmeos separados e os ambientes fornecidos por seus pais biológicos e adotivos. Nos mais de 3580 adotados pesquisados ocorreu uma clara semelhança entre o IMC dos adotados e de seus pais biológicos, mostrando que a influência genética é um fator importante na determinação do peso.
A obesidade genética, como visto acima, é aquela em que o indivíduo encontra uma dificuldade, ainda maior do que a maioria, para emagrecer por conta de alguma mutação ou existência de um gene.  Atualmente estão sendo muitos os estudos sobre a influência do fator genético na obesidade. E muitos deles descobriram que existem sim alguns genes responsáveis por alguns distúrbios no funcionamento de nosso organismo que pode levar a obesidade. Entre eles estão o gene FTO, o CD38 e a Síndrome de Prader-Willi.
FTO – Estudo apontado por pesquisadores do University College of London e do King’s College, mostra que as pessoas que contem uma única copia do gene é geralmente 1,5 kg mais pesada do que uma pessoa normal, e uma pessoa que contém o gene em duplicata é geralmente 7 kg mais pesada que uma pessoa que não carrega o gene. Isso porque o estudo mostra que os indivíduos que contém este gene possuem uma dificuldade de perceber quando estão satisfeitas, ou seja, elas comem mais do que o necessário. E o que mais assusta os cientistas é que este gene é muito comum em todo o mundo. 




CD38 – Em um estudo realizado por pesquisadores da Clínica Mayo e da Escola de Medicina de Harvard mostrou  que os ratos submetidos a uma dieta rica em gorduras e que possuem o gene CD38, no final da pesquisa, quadruplicaram de peso e começaram a apresentar doenças como diabetes. Já aqueles que não possuem o gene, mas que seguiram a mesma dieta, ao final da experiência, tiveram o seu peso e gordura corporal quase que inalterados. Isso porque o gene CD38 inibe dois outros genes, o SIRT1 e o PGC1, fundamentais no controle do metabolismo do organismo. Ou seja, os indivíduos que não contem o gene CD38 têm um metabolismo mais acelerado, que processo mais os nutrientes em nosso corpo, evitando o acúmulo do mesmo no tecido adiposo.

SÍNDROME DE PRADER-WILLI -A síndrome de Prader-Willi, embora não seja muito freqüente, não é rara. A incidência
dessa síndrome varia entre l para10.000 e 1 para 25.000 casos, colocando essa síndrome entre as mais freqüentes das síndromes malformativas reconhecida. Mais de 3.000 casos já foram identificados no mundo. Homens e mulheres são igualmente afetados. É uma doença apresentada desde o nascimento, uma alteração no cromossomo 15. Quando bebê, recém nascido, a criança não apresenta um grande apetite. Apresenta dificuldades para mamar e atrasos no desenvolvimento motor.  A doença pode começar a se desenvolver do 1º ao 6º ano. Ao se desenvolver a criança apresenta um apetite muito grande e uma incapacidade de se controlar, não tem noção de saciedade. A conseqüência desta síndrome é a obesidade mórbida ao longo da vida, baixa estatura, mãos e pés pequenos e problemas de aprendizado. 



Segundo citação de Graham Hitman, médico ligado a Universidade de Londres, Por mais que estas doenças sejam difíceis de lidar, o único meio continua sendo uma vida mais ativa e uma alimentação muito bem cuidada e balanceada. Esse meio pode até não oferecer muitos resultados, porém é o melhor jeito de se obter uma melhor qualidade de vida. "Ser ativo e comer corretamente ainda é a chave para controlar a obesidade, mas agora sabemos que algumas pessoas terão muito mais dificuldade por causa de seus genes".

WEBGRAFIA :
2.     http://veja.abril.com.br/blog/genetica/tag/obesidade-morbida/ (Síndrome de Prader-Willi, explicação – 11/11/10)
3.     http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2007/09/04/297581404.asp# (gene CD38, explicação – 11/11/10)
10.                     http://www.mdsaude.com/2009/02/obesidade-e-sindrome-metabolica.html (síndrome metabólica, explicação - 08/11/10)
11. http://www.copacabanarunners.net/obesidade-genetica.html (obesidade genética, cultura geral – 08/11/10)
13. http://www.efdeportes.com/efd127/obesidade-e-habitos-alimentares.htm (habitos alimentares piorados - 08/11/10)
15. www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/72.pdf (sindrome de prader-willi - 10/11/10)